AS NOSSAS VINHAS
SÃO 14 AS VINHAS PELAS QUAIS SE DISTRIBUEM OS CERCA DE 50 HA DA QUINTA DA RAZA.
Vinha da Sorte do Alto da Raza
O nome ancestral remonta às antigas designações usadas para distinguir os diferentes tipos de terrenos na região: tapadas, outeiros, bouças, glebas, tacos, sortes, entre outros. Na verdade, a Sorte do Alto da Raza, atualmente empregue para denominar a totalidade dos cerca de 6 ha desta vinha, correspondia, num passado não muito remoto, à atual casa dos proprietários da Quinta da Raza, Mafalda e Diogo Teixeira Coelho. É também a vinha que mais perto se situa da Adega. Reestruturada em 2017, nela podemos encontrar quatro castas: Alvarinho, Trajadura, Azal e Vinhão. Por vezes, levamos os nossos turistas e visitantes num pequeno passeio por esta vinha, dando a conhecer as características e particularidades de cada casta, mas não só: Nestes passeios são paragens obrigatórias a Horta Biológica e a Quinta dos Animais. Na horta, temos frutas regionais e plantamos ervas aromáticas e outros hortícolas como cenouras, alfaces, as deliciosas couves e o suculento tomate coração-de-boi; na Quinta, galinhas Pedreses portuguesas, capões, perus, gansos, patos mudos e porcos bísaros, compõem a fauna e mostram que ainda há animais felizes, em liberdade, em harmonia entre si e com a Natureza.
Vinha da Bouça Fria
A norte da Sorte do Alto da Raza encontra-se a Bouça Fria, 3 hectares divididos entre duas castas tintas que, curiosamente, são usualmente associados, sobretudo em regime monocasta, a vinhos rosé. Falamos, naturalmente, do Espadeiro, que dá origem ao famoso vinho Espadal, e de uma das mais amadas, de natureza autóctone, o Padeiro, conhecida ainda hoje, a nível local, como Padeiro de Basto. A sua delimitação é bastante clara, praticamente ortogonal nos seus limites sul e oeste; já para norte e para este, confina com um antigo caminho de serventia às propriedades agrícolas, “O Caminho do Alto”, fronteira entre as freguesias de Veade e Canedo de Basto. A altitude, consideravelmente elevada, possibilita a contemplação de uma bela paisagem, desde logo as Serras do Marão e Alvão, onde não faltam outras vinhas, como a da Raza ou a Tapada da Troca.
Vinha da Raza
É sem dúvida nenhuma uma das vinhas mais singulares, composta por diferentes parcelas. Na zona mais aplanada ou rasa, no lado oeste, temos 3 ha de Alvarinho e 2,5 ha de Azal. Dirigindo-nos para este, numa pequena elevação a meia-encosta, encontramos uma parcela, intitulada de Tapada da Troca, preenchida por uma das castas que recentemente mais atenção tem merecido um pouco por toda a Região dos Vinhos Verdes: o Avesso. Por sua vez, na contra-encosta, revela-se a Tapada do Sargento, enxertada de Trajadura. Entre os aspetos distintos desta vinha, destacamos a magnífica exposição a sul e o solo, de origem granítica, mas com uma elevada concentração de limo e argila, conferindo-lhe uma superior capacidade de retenção da água.
Vinha dos Pombeiros
A encantadora Vinha dos Pombeiros tem no seu nome a referência à elevada quantidade de pombos que, num passado não muito remoto, povoavam aquele local, sendo extremamente importantes economia de subsistência de tantas famílias da região. A norte e nordeste, é circundada pela Ecopista do Tâmega, reminiscência da extinta Linha do Tâmega, e hoje frequentada por locais e turistas, a pé ou de bicicleta. Nesta vinha temos as castas Azal e Trajadura.
Vinha da Tapada da Eira
A Tapada de Eira encontra-se orientada a Sul, garantindo uma extraordinária exposição solar, o que faz com que uma das nossas castas de eleição, o Azal, atinja o seu ideal ponto de maturação. Esta casta autóctone de Basto está presente na totalidade da área desta vinha. Aqui ressaltam à passagem e brilham no solo os inúmeros fragmentos de quartzo aos quais podemos agradecer as deliciosas notas de mineralidade tão presentes e apreciadas nos nossos vinhos.
Vinha do Lugar d’Além
A Vinha do Lugar d’Além é um exemplo paradigmático das antigas vinhas da região e de como os nossos agricultores as trabalhavam, composta de uma assinalável variedade e mistura de castas brancas tradicionais da sub-região de Basto. O seu nome deriva de uma antiga propriedade agrícola aqui existente, perpetuado nesta vinha, situada na freguesia de Canedo de Basto.
Vinha do Carvalhal
A Vinha do Carvalhal é uma das mais antigas, estando a sua área repartida pelas castas Vinhão, Padeiro e Azal. Foi aqui que, em 1997, enxertamos um talhão da casta Padeiro que na época se encontrava praticamente extinta. Ao contrário das outras, aqui o nome é fácil de explicar: a própria vinha entronca na Mata do Carvalhal, assim denominada pelo grande número de carvalhos. Neste autêntico repositório de biodiversidade, não se espante se vir passar esquilos, raposas, javalis ou até um ou outro cervídeo. A manutenção, limpeza e conservação deste espaço florestal é uma forma pelo qual expressamos o nosso compromisso com a sustentabilidade ambiental e a salvaguarda das gerações futuras.
Vinha do Outeiro
É a vinha mais próxima da Casa do Outeiro, donde o seu nome deriva. Em comparação às demais, esta é uma das vinhas mais recortadas, com limites sinuosos e encurvados, adaptando-se não apenas à topografia do terreno, mas à própria Casa do Outeiro, ao seu jardim e aos edifícios anexos, a maioria dos quais de cariz pecuário ou agrícola, como o antigo pombal, o armazém, a vacaria ou os centenários lagares de granito onde, ainda nos nossos dias, asseguramos a pisa a pé dos tintos da casta Vinhão. Falando de castas, refira-se que na Vinha do Outeiro marcam presença o Padeiro, o Arinto e o Avesso.
Vinha de Cerdeiredo
Esta designação é utilizada para denominar uma das vinhas mais antigas da propriedade e um dos nossos vinhos da gama Vineyards Collection – Vinha de Cerdeiredo. Na verdade, trata-se uma pequena colecção de castas tradicionais tintas (cuja origem recua aos tempos do avô de Diogo Teixeira Coelho, Inácio Xavier de Barros Teixeira Coelho) que decidimos preservar aquando da grande reestruturação das vinhas operada no início da década 90 do século passado. Este processo passou por uma recolha e selecão das varas das antigas videiras das castas tintas então existentes em toda a casa agrícola, entre as quais, as castas Azal Tinto, Amaral, Rabo de Ovelha, Espadeiro, Borraçal, Touriga Nacional, Padeiro e Vinhão. Atualmente, com os seus 34 anos, a Vinha de Cerdeiredo continua a surpreender-nos.
Vinha das Calçadas
O nome desta vinha deve-se aos restos de uma antiga calçada, já muito gasta e rolada, dos inúmeros rodados que aqui passaram e de outros tantos pés que a calcorrearam. A vinha, com um suave declive, encontra-se orientada a sul, situando-se num patamar imediatamente abaixo da Vinha do Outeiro. Foram três as castas que decidimos aqui enxertar, mais especificamente o Arinto, a Trajadura e o Alvarinho.
Vinha do Moinho
Arinto e Padeiro são as castas que constituem a Vinha do Moinho. Além destas uvas de superior qualidade, é no açude do Moinho que temos a nossa captação de água e estação elevatória usada para a irrigação das nossas vinhas. Na verdade, não é de agora que este local tem uma intrínseca relação com a água, ou não fosse aqui que até meados da década de 1980 estivesse em pleno funcionamento um moinho, fundamental para a moagem do milho. De igual modo, nesta mesma estrutura existia uma serra, movida pela força da água, para corte de madeira.
Vinha de Peneireiros
Este nome, que designa o lugar onde está sediada a Quinta da Raza, é também o nome de uma ave, pequeno falcão, que ainda hoje sobrevoa os céus da nossa região. No fundo, tal como os inúmeros pombos de outrora serviram para batizar a vinha de Pombeiros, também os incontáveis falcões ou peneireiros, cumpriram este belo propósito de denominar estas vinha. Composta por três parcelas de morfologia irregular, na vinha de Peneireiros encontramos três castas, o Vinhão, o Azal e o Arinto, regionalmente também conhecido como Pedernã.
Vinha de Lamelas
Esta é, sem sombra de dúvida, a vinha mais singular e diferenciadora da Quinta da Raza. E são vários os aspetos que a tornam única. Desde logo, o solo, maioritariamente xistoso, obrigando a uma maior resiliência das plantas. Na verdade, o nome ‘Lamelas’ advém da maneira como esta rocha metamórfica quebra particularmente neste local, em pequenas e alongadas lâminas. Um outro atributo bastante particular é a disposição em patamares, cabendo a cada um destes o seu respetivo bardo. Podemos ainda destacar a vertente panorâmica, visto que do seu cume se obtém uma vista panorâmica de toda a região, onde se destaca o Monte Farinha. Na sua extensão crescem e amadurecem as uvas de Gouveio – casta da qual a Quinta da Raza é o único e orgulhoso produtor em toda a região dos Vinhos Verdes – fazendo-lhe companhia o Avesso e o Azal.
Vinha de Gagos
Como o próprio nome indica, esta vinha localiza-se no lugar de Gagos. Aproveitando a topografia natural de um antigo campo de cultivo bastante aplanado, a Vinha de Gagos está exclusivamente destinada à casta Padeiro. O solo, caracterizado por uma elevada componente arenosa de tom claro, resultante da desagregação do substrato rochoso granítico, permite que os vinhos daqui provenientes reflitam a tipicidade da casta, nomeadamente ao nível organoléptico.